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Gulbenkian acolhe exposição sobre o impacto cultural da Grande Guerra 
 
 
 Créditos: FC G/Márcia Lessa
“Tudo se desmorona: impactos culturais da Grande Guerra em Portugal”, é o título da exposição patente na Fundação Calouste Gulbenkian,...
 

“Tudo se desmorona: impactos culturais da Grande Guerra em Portugal”, é o título da exposição patente na Fundação Calouste Gulbenkian, na Galeria do Piso Inferior, e que reúne diversas obras artísticas e culturais - algumas delas inéditas - produzidas em Portugal durante o período da Grande Guerra (GG), entre 1914-1918, e no rescaldo da mesma.

Inspirada num dos versos do poema The second coming, do irlandês William Butler Yeats, esta exposição - com entrada livre - pode ser visitada até 4 de setembro e reúne diversos livros, pinturas, fotografias, desenhos, esculturas e filmes cedidos por instituições militares e civis e coleções particulares. A mostra divide-se em seis núcleos temáticos - “Guerra cultural e mobilização cívica”, “1917, Ano crítico”, “Visões artísticas”, “Cuidar dos vivos”, “Antagonismos e mudanças sociais” e “A disputa pela memória” – e reúne obras de diversos artistas e fotógrafos consagrados como Amadeo de Sousa-Cardoso, Adriano Sousa Lopes, Teixeira Lopes, José Joaquim Ramos, Joshua Benoliel, Cristiano Cruz e Arnaldo Garcez.

Numa visita guiada à comunicação social, poucas horas antes da abertura ao público, os comissários da exposição Ana Vasconcelos (Fundação Calouste Gulbenkian), Carlos Silveira (Instituto de História da Arte – Faculdades de Ciências Sociais e Humanas) e Pedro Aires Oliveira (Instituto de História Contemporânea – Faculdade de Ciências Sociais e Humanas) realçaram o facto de se tratar de uma mostra “bastante abrangente e ambiciosa”, “muito documental e variada” e com “muita informação histórica”.

 
Créditos: FCG/Márcia Lessa

 


Créditos: FCG/Márcia Lessa 

Pedro Aires Oliveira destacou algumas obras inéditas da exposição, como o tríptico naturalista de José Joaquim Ramos - que normalmente, está no Gabinete do Chefe de Estado-Maior do Exército - e os gessos do escultor Teixeira Lopes, que serviram de estudo para o Monumento aos Mortos da Grande Guerra de La Couture, em França.  O Retrato de soldado ferido do batalhão de infantaria 29 (Brigada do Minho), de Adriano de Sousa Lopes (pintor oficial do Corpo Expedicionário Português) e um cartaz da Liga dos Combatentes destinado à angariação de fundos para apoio às vitimas da Guerra, são outras das obras que podem ser vistas pela primeira vez nesta exposição.

Organizado por anos, o espaço foi concedido pelo designer Mariano Piçarra e em colaboração com Luísa Ferreira. Os seis núcleos incluem textos explicativos e uma cronologia que percorre todo o espaço, onde estão registados os eventos mais relevantes que ocorreram em Portugal, bem como algumas frases emblemáticas de artistas e pensadores que viveram o conflito.

 
Créditos: FCG/Márcia Lessa

 

 
Créditos: MDN/António Lopes

O primeiro núcleo, intitulado “Guerra Cultural e Mobilização Cívica – 16”, inclui fotografias de Joshua Benoliel e reproduções de jornais, como “A Lucta”, com colunas em branco que representam os textos censurados. O segundo, “1917 - ano crítico”, é dedicado ao quarto ano da guerra, marcado pela instabilidade política e social na Europa e nas colónias portuguesas, a ascensão de Sidónio Pais e a Revolução Russa. Contém ainda umaa projeção de uma cópia de um filme de 35 milímetros, rodado em 1917-18, onde se mostram tropas portuguesas.

O terceiro núcleo, sobre as “Visões Artísticas – 18”, inclui trabalhos do pintor Sousa Lopes e do fotógrafo Arnaldo Garcez, que acompanharam o Corpo Expedicionário Português, e uma pintura do Amadeo de Souza Cardoso “sem título”, considerada uma alusão à entrada de Portugal na Grande Guerra.

 
Créditos: MDN/António Lopes

 

 
Créditos: MDN/António Lopes

O quarto, o quinto e o sexto núcleo, referem-se ao impacto social e cultural da Grande Guerra em Portugal e nos quais são exibidos diversos artefactos relacionados com os feridos em combate, e algumas ilustrações de Jorge Barradas sobre a vida na capital no pós-guerra e os clubes noturnos frequentados pelas classes mais abastadas.

Entre as diversas entidades que colaboraram nesta exposição está o Arquivo Histórico Militar, a Cruz Vermelha Portuguesa, a Liga dos Combatentes, o Museu Militar Elvas e o Museu Militar de Lisboa.

 

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