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Palestras alusivas à evocação do centenário da I Guerra Mundial - Museu Militar dos Açores 
 
 
Engenheiro José Manuel Leão Toste Rego
Os primeiros aviões nos Açores, apresentação de um modelo
 

No dia 4 de Julho de 1917, em plena I Guerra Mundial, o submarino alemão U-155, fez fogo com algumas granadas sobre os arredores da cidade de Ponta Delgada.

O ataque do submarino a Ponta Delgada, desencadeou, ou serviu de irrecusável pretexto, para o pedido apresentado em 18 de Novembro de 1917 …“pelo ministro americano em Lisboa para se estabelecer uma companhia de aviação nos Açores composta por 90 marinheiros. O governo português assentiu a 21 do mesmo mês” (Medeiros Ferreira in Cadernos Navais –Junho 2004). Essa companhia juntar-se-ia à já existente em Ponta Delgada, a ”Mid-Atlantic Naval Base 13” comandada pelo Almirante Herbert Dunn.

Assim, em Fevereiro de 1918, instala-se na “Rampa do Corpo Santo”, aqui junto à muralha Nascente do Forte de S. Bráz, a força aeronaval dos “Unitet States Marines Corps”, constituída por hidroaviões Curtiss - dez R-6, já usados e dois  N-9.

Posteriormente, e próximo do final da guerra, chegaram mais 6 Curtiss HS-2L, estes já de maior dimensão e equipados com rádio, mas…..sem motores (!), posteriormente cedidos à Aviação Naval Portuguesa.

Foi a primeira base aeronaval americana treinada e equipada, a operar fora do território dos Estados Unidos, e o seu objetivo era o de detetar e atacar submarinos alemães e proteger os comboios de navios aliados.

A CONSTRUÇÃO DO MODELO

Na ausência de planos do R 6 e sabendo que aquele modelo de avião foi baseado no famoso CURTISS JN 4 – os “Jenny’s”- a que foram acrescentados cerca de 10 pés nas asas e substituído o motor Curtiss OX 5 pelos mais potentes Curtiss V2-3 .

Assim, podiam suportar o acréscimo de peso provocado pelo  torpedo e pelos flutuadores.

Adquiriu-se então uns planos daquele avião à “Arizona Models”  que foram sendo adaptados mediante um desenho de três vistas fornecido pelo MUSEU DO AR, graças à boa vontade do seu Conservador, Dr. Mário Correia.

Para além desses elementos, o recurso às poucas fotografias da época e à literatura existente, bem como aos desenhos do artista holandês “Lauhof”, foram permitindo construir o modelo à escala ¼ que aqui apresentamos, com uma fiabilidade bastante aceitável.

Os materiais utilizados foram as madeiras de spruce, de balsa e contraplacado de faia vindas do Canadá, Brasil e Estados Unidos. As peças metálicas são de alumínio e latão.

Optou-se, ainda, por forrar com tela solartex o lado esquerdo do modelo, deixando o restante por forrar para permitir ver a estrutura e mecanismos.

Este modelo demorou cerca de 11 meses a construir (pelo Eng.º José Toste Rego e pelo senhor Carlos Moniz Rodrigues), entre Abril de 2012 e Março de 2013.

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