Fundada em 1849, vem a Revista Militar, ao longo dos 165 anos da sua existência, a enriquecer o património cultural português com sua a publicação ininterrupta, divulgando assuntos de defesa nacional, em especial os militares.

É contemporânea, portanto, dos anos da Grande Guerra, existindo um valioso espólio nos seus arquivos do pensamento estratégico da época e das análises que foram sendo feitas com o evoluir da situação.

Na evocação do centenário daquele conflito, em que Portugal foi parte ativa, a sua participação foi considerada indispensável.

A proposta feita pela Comissão do Centenário da Grande Guerra ao seu Diretor, Exmo. General José Luiz Pinto Ramalho, de editar um número especial dedicado àquele momento da história mundial, foi prontamente aceite e considerada dever ser feita em dois momentos. Este, em 2014, tendo como objetivo central o envolvimento de Portugal nos Territórios Ultramarinos, em particular Angola e Moçambique, onde sem declaração formal de guerra para com a Alemanha houve combates; outro, em 2016, versando o Teatro de Operações Europeu, coincidente com o centenário da declaração de guerra a Portugal por parte da Alemanha (09MAR1916).

Para tornar ainda mais aliciante a sua leitura, considerou a Direção da Revista Militar ser importante proporcionar, em simultâneo, a reflexão dos mesmos assuntos à luz de uma visão de hoje, feita por reconhecidos especialistas de estratégia e de história, o que tem toda a oportunidade se tivermos em consideração que a dinâmica da política e dos interesses voltou a reconfigurar os espaços europeus, o que, como consequência, reacende a necessidade de saber quem os controla.

A Comissão Coordenadora das Evocações da Grande Guerra congratula-se com esta participação da Revista Militar e está ciente do valor da mesma, não só para os que acompanham o estudo da estratégia mas, também, junto dos jovens, camada etária onde se propõe divulgar estes textos, como forma de apoio à promoção do conhecimento do nosso passado histórico e de contribuição para o reforço de um saudável espírito de coesão nacional.

Tenente-general Mário de Oliveira Cardoso